25 de Dezembro - Felicíssimo Natal!


Boate lotada, meia-noite em ponto. Tem tanta gente que o calor chega a incomodar. Mas como é delicioso sentir os corpos das pessoas junto ao meu, sem preocupações. Todos somos um ser só. Fantástico.

A música é tão alta que mal dá para ouvir meus próprios pensamentos, mas de alguma forma eu ouço você me perguntando, "Que horas são?".

Ao me virar, fico encantado com sua aparência: mas alto que eu (!), calça caqui, colada nas coxas, camisa social sem mangas preta, cabelo castanho escuro com um daqueles penteados modernos - todo "espinhento" - e olhos que me penetravam de tão intensos. Não me lembro da cor, só lembro de serem escuros como a noite. Sua pele morena brilhava com o suór, e eu não pude deixar de adimirar o seu porte físico impecável.

Não me aparentou ter a mesma idade que eu, mas era inegavelmente jovem. Teria 25, no máximo.

Minha boca secou, minha garganta fechou, e eu comecei a tremer. Você sorria e se aproximou quando fiz um gesto de que não consegui ouvir. Falou ao meu ouvido, voz rouca e ofegante, "Tem horas?", e mesmo depois de me falar continuou colado a mim, enquanto pausávamos com o ritmo.

Eu não parava, e nem você de nos mexermos. Mostrei meus braços para responder que não tinha relógio algum, e tenho certeza de que você já sabia disso. Vai entender...

Você sorriu de novo, e continuou dançando próximo a mim, mas dessa vez foi minha vez de me aproximar, "Dança comigo. Daqui a pouco nós saberemos as horas."

Você fez que sim com a cabeça, e lá fomos nós. Eu fiquei um tanto surpreso comigo mesmo. Antes de você aparecer, eu estava dançando normal, mas foi só você chegar para eu dançar feito uma vadia. E a ideia de ter alguém conhecido me observando me assombrou a noite toda. Mas nem por isso parei, continuei a dançar.

Eu agarrava os seus ombros, como sempre sonhei em fazer com alguém mais alto que eu, enquanto você me puxava pela cintura contra o seu corpo. Não demorou muito para eu me excitar mais. Ficamos assim por algum tempo, só nos adimirando e dançando juntos, sem preocupações nem remorsos.

E assim fomos nós pela madrugada inteira. Enquanto casais ao nosso redor se prestavam ao ridículo ato de namorar em público, e dançavam até o chão e subiam de volta, eu e você apenas dançavámos juntos. Tanto eu quanto você tomávamos nossas vezes fazendo movimentos sensuais, e eu fui me sentindo melhor a cada minuto que passava.

Finalmente, chegou a hora de eu ir embora. Afirmei para você, e não pude deixar de notar uma certa tristeza em seu olhar. Você me acompanhou até um local mais reservado e beijou minha mão enquanto nos despedimos.

"Se quiser me encontrar de novo algum dia, me liga." e me deu um cartão com o seu nome e telefone celular. Eu sorri feito uma garotinha com suas gentilezas finais, e não pude evitar em corar um pouco.

Andei para longe e antes de definitivamente sair dali e ir embora, dei uma última olhada para trás, e sorri muito quando percebi que você estava me observando ir de braços cruzados. Depois dessa visão - a coisa mais linda e sexy do mundo - eu voltei para casa numa nuvem...

Um feliz natal, de fato!

The Re For E

Você é o vento sob as minhas asas
A grelha através da minha cara
Você é o combustível da minha máquina
Aquele lugar especial

Você é o brilho do sol da minha vida
Meu primeiro e único amor
Você é a maçã dos meus olhos
Você suga o meu sangue

O outro prego no meu caixão
Um segundo espinho no meu lado
A outra arma no meu templo

A calmaria antes da tempestade
A bactéria dentro do meu intestino
Você é o meu destino final

99

Vá em frente e construa outro melhor, podemos cavar outra cova
Essa é a sua vocação
Se você está lendo isso, não há nada que eu possa fazer
Alguma coisa tem se desenvolvido no meu peito
E eu a vi
É dura e fria e preta
Por muito anos ela esteve adormecida
Eu tentei te salvar, mas eu não posso mais ir te salvar
Mas isso é o que você merece
Isso é o que todos nós merecemos
Isso é algo que nós próprios causamos a nós mesmos
Nós não somos vítimas, você não é uma vítima
Deus vai se arrastar perante mim
Deus vai rastejar aos meus pés
Estes são os anos decadentes

"Quando você esteve sofrendo, saiba que eu te traí."

SeMtÍtUlO

nOFiMeUMetOrNeIeLEseEuoSConDUziAPesArdETUdoneHUmdENóSéREalMenTEQuALiFiCadOCoMoHuMAnOnÓsSOmOsmáQUinASEtÃoVaZiASqUanToEUeMDeuS

Dissassociativo

Eu não posso nunca fugir daqui

Eu não quero só flutuar no medo

Um astronauta morto no espaço

A Maçã da Discórdia

"O coração dela é um ovo manchado de sangue
Nós não o tratamos com cuidado
Está quebrado e sangrando
E não poderemos nunca consertar"

Complete a Lacuna

Eu me drogo de vez em quando

Só um pouquinho que é para completar

Essa lacuna aqui dentro da minha alma

Ela sempre esteve e existiu em mim

Mas agora me parece que nós vamos caminhar

Sempre de mãos dadas, porque no fim

Eu nunca escaparei das suas garras

"Tudo que poderia ter sido"

A brisa ainda carrega o som
Talvez eu vá desaparecer
Pegadas vão se apagar na neve
Você não me encontrará aqui

Gelo está começando a cair
Terminando o que começou
Eu estou trancado na minha cabeça
Com o que eu fiz

Eu sei que você tentou me resgatar
Não deixei ninguém entrar
Parti com um traço de tudo que era
E de tudo que poderia ter sido


Por favor, pegue isso
E corra para longe, para bem longe de mim
Eu estou contaminado
Nós dois nunca fomos feitos um para o outro
Todos esses pedaços
E promessas, e abandonos
Se ao menos eu pudesse enxergar
No meu nada, você significara tudo
Tudo para mim

Sono Ineterno

Eu tô com muito sono


Agora eu só quero dormir



Se eu conseguir enfim dormir,




Quem sabe quando eu acordar,





Eu descubra que o meu coração já morreu

Lar

Tudo está me alcançando
Eu acordo só para descobrir que não estou onde deveria estar
E, ao que me parece, eu já estou chegando ao fim
E é difícil de separar o que é real e o que é fingimento

Eu fujo de vez em quando
E pensar que eu me encontro aqui de novo
Eu costumava saber quem eu era antes de você chegar
Eu volto para o único lugar ao qual eu já senti que pertencia

Precisamos quebrar daquilo ao qual estamos atados
Deus sabe o quanto eu já tentei
E eu ainda estou dentro de você
.
.
.
"E eu ainda estou dentro de você"

Fato 22/11

"Argh, e quem se importa com isso?!", ele me olhou impaciente e seu olhar me desafiava tanto quanto suas palavras. "Será que você não entende?! Eu não sou igual a você!"

Não consegui conter meu riso de deboche. "Ora, mas não seria você aquele quem não entende? Eu fiz o que tinha que fazer, por mim e por você também; por nós dois." Cruzei meus braços em frente do meu tórax, e levemente tensionei os músculos só para provocá-lo. "Eu o fiz, de fato, e de uma forma que eu não poderia simplesmente não fazer."

Não sei o que se passou na cabeça dele naquele instante, mas ele me virou a cara. Eu podia claramente ver o suór escorrendo pelas bochechas coradas. Honestamente, é tão fácil provocá-lo que se torna ridículo...

"Você me ama?", eu o perguntei, suspirando alto. "Eu sou a pessoa em quem você mais confia neste mundo?", me encostei na dobradiça da porta enquanto continuava a pressioná-lo com um olhar sedutor.

Manteve sigilo, e apenas fechou os olhos, ainda me evitando. Hora de uma abordagem mais direta...

Lentamente caminhei até ele, e mesmo sem tocá-lo eu podia sentir o calor que seu corpo emanava. Ao perceber minha aproximação, me encarou como um pequeno coelhinho assustado e foi andando para trás até não poder mais. Ele suava tanto, "Você me ama tanto que nem consegue esconder.", sorri e fui lentamente pressionando-o contra a parede, até um ponto em que ele mal conseguia respirar.

"Não... Eu não sou assim...", tropeçando em todas as palavras.

"...tão frágil? Tão indefeso?", eu fui aproximando minha boca do pescoço dele, enquanto ele parecia a ponto de ter um ataque. Então, sussurrei contra a pele branca e as veias pulsantes
.
.
.

"Tão fraco?"

Amado...


Pára de me confundir com o seu pensamento desejoso. Abraços cheios de esperança... Será que você não entende? Eu preciso passar por isso. Eu pertenço a esse lugar aqui que ninguém liga e ninguém ama. Não há luz nem ar para se viver aqui. Um lugar chamado "ódio": a cidade do medo.



À Espera


Eu esperei por um longo tempo para te encontrar algum dia, sabia?
"E,", eu pensava sempre, "quando esse dia chegar, eu vou ser tão feliz, não vou?"

Eu sempre ficava imaginando, ou tentando imaginar, como seria falar com você pela primeira vez. Será que eu te reconheceria de primeira? Será? Será?! E eu mal podia conter minha alegria lá atrás.

Mas, por mais que eu imaginasse, por mais que eu orasse e esperasse, eu nunca te encontrava. "Onde você está?", eu perguntava para a lua, "Por que nós não podemos nos encontrar logo?"

E então eu tentava encaixar qualquer pessoa no seu perfil, e de tanto tentar, eu logo me apaixonava por alguém. Tudo o que bastava era essa pessa ter uma única coisa em comum com você, e eu já pensava que era ela aquela por quem eu sempre esperei.

Sabe, hoje eu vejo que, na verdade, eu nunca desejei te encontrar de verdade. Eu sempre me satisfiz só com o pensamento de te encontrar, mas eu tinha medo de você, de te encontrar. Porque eu sabia que quando nos encontrássemos, esse seria o momento da nossa separação... Então eu ficava triste. Não porque eu não tinha te encontrado ainda, mas por causa da nossa separação, caso nos encontrássemos.

É... Eu me vejo hoje ainda esperando por você.
E, sabe de uma coisa? Por mais que possa me doer tanto, eu nunca vou deixar de esperar por você.
Porque, pra mim, você é...

DEZ 03


Sabem, esse dia nunca me pareceu grande coisa.
Eu sei que devia ficar feliz, e tudo mais, mas eu não vejo isso motivo de comemoração.
Por que o passar de cada ano de nossas vidas tem que ser marcado e gravado sempre e sempre?
Vinte e um, vinte e dois, vinte e três...
Parece mais uma contagem regressiva à nossa morte.

Eu sei que estou exagerando, mas o que, enfim, se comemora num aniversário?
"Mais um ano que você conseguiu ficar vivo e são?"
"Mais um ano que se adiciona a sua contagem?"

Eu não me importo com idade.
Eu não me importo de comemorar ou não.
Eu só quero continuar vivendo a minha vidinha, seja ela patética ou não sem me preocupar com "ano que vem".

Querem saber do que eu preciso?
Talvez eu precise mesmo é de uma festa de arromba pra calar a boca.