Not-Repentence


Eu já fiz com homens que gostam de pegar por trás enquanto visto um uniforme.

Eu já fiz com homens que gostam, se possível, não em uma cama mas num lugar mais estóico como um escritório ou o banheiro de um posto de gasolina.

Eu já fiz com homens que tem complexos extremos de autoridade então eu comentei sobre a diferença de classes.

Eu já fiz com homens que não querem nada além de uma boca a seu serviço.

Eu já fiz com homens perante os quais eu apenas tremi e fui obediente como um virgem.

Eu já fiz com homens que gostam de coisas sádicas tais como amarrar suas mãos e usando aparelhos mais do que fazer sexo, e, já que eles tem uma natureza sádica devido ao fato de terem uma família normal, além de ser completamente obediente, eu dei-lhes olhares de dor ou de aversão de vez em quando e isso se provou muito eficiente.

E se alguém fosse te dizer que eu o traí, não se importe. Isso é só uma ação. Não teve significado nenhum para mim e nenhum sentimento também.

Se eu, algum dia, me desviar do meu caminho, use essas suas mãos para me sufocar. Você tem as qualificações.

Para o Meu Prazer...


I am not who you think I am

Soon I'll be letting you down


Por muito tempo eu vivi envolto por escuridão. Por tempo demais eu habitei as sombras, me utilizando de máscaras, não para me esconder - eu não sou um covarde - mas simplesmente pelo prazer de atuar, de fingir. Sim, "a vida é uma produção ensaiada."

Timidez, gentileza, altruísmo, preocupação... Todas essas máscaras me couberam perfeitamente. Até mesmo a razão por trás deste texto é apenas outra máscara.

Eu já atuei para grandes públicos, e também já fiz shows particulares. Foram apenas ações. Eu já interpretei esse ato desprezível inúmeras vezes. Faz parte das coisas que eu aprendi.

Palavras de amor, abraços calorosos, sorrisos gentis, olhares de preocupação, declarações de masoquismo, risadas de sadismo, discursos intelectuais...

Eu perderia meu tempo listando todas as máscaras que usei e ainda continuo usando. Eu já fui um milhão de coisas diferentes, e nada ao mesmo tempo. Eu sou só um canalha, mas pelo menos eu admito. E eu sei que só por admitir isso não me faz uma pessoa melhor, ao contrário, só piora tudo, porque só serve para machucá-los ainda mais. Mas entendam, não há nada que vocês possam fazer. Eu sou o maior masoquista do mundo.

Então dancem, meus caros. Dancem ao som da minha música. Ao som da melodia que eu lhes tocar. Dancem para mim.

E sabem de mais uma coisa? A vida não me poderia ser melhor agora.